Adolescente atingida por engano na Maré está fora de perigo, mas continua internada no RJ.
- nenscy3
- 19 de set. de 2024
- 2 min de leitura
O carro foi alvejado quando ele tentou retornar com o veículo…
Era para ser um dia tranquilo, um passeio em família, uma viagem ao Rio de Janeiro para resolver questões no consulado dos Estados Unidos. Mas o que era para ser uma ida à praia acabou em pesadelo. A jovem adolescente de Belo Horizonte, que estava com o pai, foi baleada ao entrar por engano no Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Ela segue internada, com o quadro de saúde estável, mas sem previsão de alta, informou o Hospital Estadual Getúlio Vargas na última quinta-feira (19).
A bala atingiu a coluna da garota, perfurando seu intestino. Agora, ela precisa usar uma bolsa de colostomia. Passou por uma cirurgia e, desde então, está em observação na CTI (Centro de Terapia Intensiva), consciente e se comunicando com os médicos. A equipe do hospital tem dado suporte psicológico e social à família, que ainda tenta digerir o trauma.
O pai da menina relatou o desespero do momento: "Eles deram uns seis ou oito tiros. Eu olhei para ela e perguntei: 'pegou em você?'. Ela disse que não, e eu continuei acelerando o carro. Quando conseguimos sair, ela encostou e disse: 'papai, tomei um tiro sim'". A frase gelou o homem. Ele ainda contou que, distraído, só percebeu que estava dentro do Complexo da Maré quando já era tarde demais. "Parece que o GPS recalcula a rota e te leva direto para lá. Quando você vê, já está no meio da comunidade", desabafou.
A tia da adolescente compartilhou seu estado nas redes sociais, descrevendo o que sentiu como uma mistura de choque, medo e insegurança. Ela falou sobre a gratidão a Deus pelo livramento da sobrinha, ainda que o trauma do momento esteja longe de ser superado.
Enquanto isso, as investigações seguem sob sigilo. A Polícia Civil já identificou dois suspeitos pelos disparos, mas até o momento não há informações sobre a prisão deles.
Coincidentemente, o tiroteio aconteceu no exato dia em que o Hospital Getúlio Vargas inaugurava a primeira fase de sua reforma.
O governador do Rio, Cláudio Castro, presente no evento, aproveitou para criticar a falta de controle de armas no país. “Nós trabalhamos para evitar que situações como essa ocorram, mas o excesso de armas nas comunidades é um problema grave. Elas entram pelas nossas fronteiras todos os dias. O Governo Federal precisa ser mais rigoroso com os países vizinhos, com portos e aeroportos, porque essas são áreas onde o estado não tem poder de atuação”, afirmou ele, em um tom de cobrança.
E assim, mais uma família brasileira se vê vítima de uma violência sem fim, em uma cidade que, apesar de suas belezas, continua marcada pela brutalidade das armas e pelo medo constante de quem, por engano ou não, cruza as fronteiras invisíveis entre a paz e o caos.
Comments